sábado, 22 de julho de 2017

Ficha Técnica da Exposição Fragmentos do Negro em Batatais

Sociedade 13 de Maio em 14/03/1939

Exposição: Fragmentos do Negro em Batatais.
Tema: Museu e Histórias Controversas: dizer o indizível.
Duração: de 31 de maio a 30 de novembro de 2017
Dias e horários de visitação: Terças às sextas-feiras, das 08:00h às 12:00h (Fora deste horário, ligar para verificar disponibilidade).
Telefone para agendamento de grupos ou alunos: 16 - 3761 7071.
E-mail para agendamento de grupos ou alunos: mhpwashingtonluis@gmail.com
Realização: Museu Histórico e Pedagógico ‘Dr. Washington Luís’ (Museu WL)
Apoio: Secretaria Municipal de Educação – Departamento de Cultura.
Responsável pela exposição: Alessandra Baltazar (pesquisadora cultural).
Responsáveis pela pesquisa: Luciana Squarizi (historiadora) e Alessandra Baltazar (pesquisadora cultural).


Apresentação: Dar rosto e voz aos negros que viveram em Batatais, seja qual fosse a condição: livre ou cativa - com base no acervo museológico, iconográfico, textual e iconográfico do Museu WL - foi o objetivo da montagem desta exposição. Sabemos que muito ainda pode e deve ser dito, escutado, escrito, visto e levantado sobre a história do negro em Batatais nos arquivos do Museu e ‘extra muros’. É imperativo, portanto, que o façam.

Justificativa: A pesquisa sobre a história do negro em Batatais tratou do que ainda não foi dito ou foi dito, mas não foi escutado. Buscamos olhar para os objetos museais existentes do ponto de vista de sua produção, ofícios e saberes, para além do trabalho escravo obrigatório. Com base naquilo que já foi dito nos bancos acadêmicos e que consta no Museu WL, porém que ainda não chegou também à população interessada.


A exposição: Sem um roteiro específico, o visitante pode começar seu passeio pelo tempo de qualquer local reservado à exposição.

O visitante irá encontrar desde a bibliografia de apoio até a batuta que pertenceu ao maestro Major Antão Fernandes - negro, de origem humilde, batataense, ficou famoso por ganhar o concurso que deu início instrumental ao Hino Nacional, no início do século XX-, passando por outros personagens locais e lugares em sua maioria descritos pelo memorialista local, Jean de Frans (José Augusto Fernandes), e/ou que foram lembrados em periódicos, que constam do acervo documental do Museu WL.

Não necessariamente, o visitante irá encontrar objetos relacionados ao período do cativeiro de homens e mulheres, adultos, jovens e crianças que viveram em Batatais, mesmo porquê estes são mínimos, mas extremamente significativos.

Vale lembrar que também o negro esteve na condição de forro, embora em número reduzido, durante o período de escravidão brasileiro (em torno do ano do ano de 1540 até o ano de 1888).

E, por falar em tempo, foi elaborada uma linha cronológica desta história em construção. Ainda sobre o ‘tempo’, aceitamos sugestões de informações que possam complementá-la sempre.

Aliás, todas as doações de objetos e afins são bem-vindas. É salutar lembrar que aproveitamos o acervo textual, imagético e museal existente no Museu WL para obter as informações e dados sobre os fragmentos da história do negro em Batatais.

Isso não significa que esgotamos as múltiplas possibilidades e perspectivas de apresentação, estudo e releitura do material sob a guarda do Museu WL que dizem respeito de forma direta ou mesmo indireta ao negro em Batatais.
  
Os clubes e festas foram lembrados por meio de uma fotografia – o objeto central da exposição – de uma turma de colegas no clube Princesa Isabel com uma indicação manual como sendo do ano de 1939.

Esperamos saber seus nomes, como eram e se posicionavam em suas vidas diárias e, para isso, como num ‘jogo de memória’ a fotografia foi desconstruída – cada pessoa foi reeditada individualmente - para dar maior visibilidade e possibilidade de reconhecimento, dando a ideia de pertencimento ao visitante que volta-se também aos objetos, saberes e vivências dos africanos e afro-brasileiros, na maioria pós-abolição (1888) no período imperial.

Ainda sobre celebrações, o visitante poderá conhecer a história representativa de congadeiros locais do passado e perceber como as danças e ladainhas religiosas eram animadas e concorridas na Batatais de outrora.

Sobre a religião cristã, foi trazido a público a devoção do negro por Nossa Senhora do Rosário com a Igreja existente na cidade e com a crença em São Benedito nas ditas congadas.


De trabalhadores rurais a oficineiros da cidade ou do campo foi lançado um novo olhar sobre a negação de uma identidade econômica aos negros pelas maiorias brancas dominadoras. Os negros também estiveram presentes não apenas com o trabalho forçado no campo, e, sim, exerceram outros ofícios de forma autônoma e criativa nos períodos colonial, imperial e início do republicano. Reapresentamos alguns desses ofícios ligados às pessoas e objetos escolhidos para compor a exposição.

Buscar dizer o indizível foi nossa tarefa! Acreditamos que algumas coisas foram ditas sobre o negro em Batatais constante nas estantes e armários do Museu WL.

Batatais, maio de 2017.

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LEITURAS DE APOIO

BARBIERI, José Henrique Barbieri. Outrora Batataes. Batatais: s/ed.,1998.

BERTELLI, Luiz Gonzaga. Antônio Bento e o abolicionismo em São Paulo. Revista do Historiador, São Paulo, edição 175, p.22-25, set. a dez. 2014.

BIANCO, João Carlos. Batatais nos seus primórdios. Revista AMICUS, Batatais/SP, ano 1, nº 1 p. 45-50, julho 2000.

BRIOSCHI, Lucila R. et. al. Entrantes no sertão do Rio Pardo: o povoamento da Freguesia de Batatais – séculos XVIII e XIX. São Paulo: CERU, 1991.

BRIOSCHI, Lucila Reis. Criando História: paulistas e mineiros no nordeste de São Paulo 1725-1835. 1995. 266 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – USP. São Paulo, 1995.

CANDIDO, Mariana P. Poderosas nativas. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, ano 6, nº 65, p. 34-37, fev. 2011.

CARDOSO, Clotilde de Santa Clara. A sociedade se reúne e se diverte – Teatros, cinemas e clubes em Batatais nos inícios do século XX. Revista AMICUS, Batatais, ano 2, nº 5, p.32-55, maio 2002.

CARDOSO, Clotilde de Santa Clara. A música nos velhos tempos: a música na Igreja e a música popular. Revista AMICUS, Batatais, ano 2, nº 3, p. 25-45, maio 2001.

CARDOSO, Clotilde de Santa Clara. A música em Batatais nos velhos tempos. Revista AMICUS, Batatais, ano 1, nº 1, p.21-40, jul. 2000.

CARDOSO, Walter. Bom Jesus da Cana Verde dos Batataes: das Bandeiras à Cidade. Florianópolis: SAMEC Editora, 2014.

CARDOSO, Walter. Princesa Isabel, cinquenta anos de lutas por um ideal. In: Revista AMICUS, Batatais, ano 2, nº 5, p. 18-31, maio 2002.

CARNEIRO, Edison. Antologia do Negro Brasileiro. Ediouro: s/editora, 1988. (Coletânea).

CUNHA JR., Henrique. Tecnologia e fazer artístico no tempo do escravismo. In: Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão. São Paulo: Museu Afro, 2013.

DOMENEGUET, José Mario. 100 anos de luta forte e combativa da comunidade negra – A construção de Maio e dados oficiais sobre o massacre. Batatais/SP: Editora Afro Brasileira, 1987.

FRANS, Jean de. Bom Jesus da Cana Verde Batataes de Outr'ora. São Paulo: s/ed., 1939.

FRANS, Jean de. Gente de Minha Terra (Batataes de Outr'ora). São Paulo: s/ed., 1939.

FRANS, Jean de. Campo Lindo das Araras (Batataes de Outr'ora). São Paulo: s/editora, s/data. (No prelo).

FREITAS, Daici Ceribelli Antunes de. Arquitetura Rural do Nordeste Paulista: influencias mineiras 1800-1874. Ribeirão Preto: Editora Coruja, 2015.

GARAVAZO, Juliana. Riqueza e escravidão no nordeste paulista: Batatais, 1851-1887. 2006. 286 f. Dissertação (Mestrado em História Econômica) – USP. São Paulo, 2006.

HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª. ed. ampliada e comentada. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.

NOGUEIRA, Carlos Junqueira. As terras doadas por Germano Moreira e sua mulher Ana Luíza ao futuro patrimônio da cidade de Batatais. Revista AMICUS, Batatais, ano 2, nº 5, p. 69-73, maio 2002.

OLIVEIRA, Benedicto de. Negro. São Sebastião do Paraíso: s/editora, 1975.

REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA – para viajar no tempo. Escravidão. São Paulo: Editora Abril S.A., edição 70, maio 2009.

REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA – para viajar no tempo. 1968 – O ano que moldou o mundo. São Paulo: Editora Abril S.A., edição comemorativa, edição 58, maio 2008.

REVISTA HISTÓRIA VIVA. Dossiê Diáspora Negra. São Paulo: Contexto, ano VI, nº 66, abril 2009.

SCHWARTZ, Stuart. Escravos, Roceiros e Rebeldes. Bauru: EDUSC, 2001.

TAMBELLINI, Jesus Machado. A Freguesia dos Batataes. 2 ed. São Paulo: Carthago Editorial, 2000.

TAMBELLINI, Jesus Machado. Batataes... No tempo e na História. Revista AMICUS, Batatais, ano 1, nº 1, p. 9-10, jul. 2000.

UNIÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA BATATAENSE. Batatais: UESB, ano 1, ed.1, janeiro 2012.

OUTRAS LEITURAS
APARECIDO JR., Adir (B. Boy Juninho). A cartilha é nossa. Batatais: s/editora, 2017. (Coleção HipHop e Atitude).
SANTOS, Célia Natalina dos. Sondagens. Brasília/DF: Thesaurus, 2007.
RAPHAEL, Isabel Cristina. Coletânea de poesias.

ACERVO MUSEAL E DOCUMENTAL MUSEU WL
Documentação iconográfica diversa sobre o tema.

O JORNAL.  Vários artigos publicados por Jean de Frans. Batatais, edições dos anos de 1945 e 1946. 

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